sábado, 26 de janeiro de 2013

Europe vs. America


O que Europa deveria ou gostaria de ser...

"Assim que comecei a escrever esta crónica descobri que não me apetecia escrever. Deve ser o Inverno, de que não sou amiga, ou o cansaço. Dívida para lá, défice para cá, troika para a direita, FMI para a esquerda, cortes de um lado, austeridade do outro. E a notícia sempre agradável de que Portugal é "lixo" nos ratings. O lixo é para deitar fora, o país é para deitar fora. Reciclável? No jornal, as historias gloriosas dos empreendedores estrangeirados começam a ser substituidas pelas histórias dos emigrantes otimistas. Parece que viver no bidonville da periferia de Paris era mau, mas viver na favela do Rio de Janeiro é bom. É melhor do que viver em Portugal, em todo o caso. Compreendo perfeitamente. Grossas bagas de granizo fazem ricochete nas pedras. Chove á um mês, com intervalos de sol anémico. Chuva gelada que abate as casas e as ruas, empobrece a paisagem e expulsa um bem não tributado, o sol.
Lisboa com chuva não tem graça . É mais uma cidade com má arquitectura, debilitada pela falta de dinheiro e o comercio pindérico. Lisboa não é amiga do Inverno. Os chineses, que fazem parte desse grupo dos donos de Portugal, têm uns provérbios interessantes sobre o Inverno. É bom ser uma árvore amiga do Inverno, resiste-se ás baixas temperaturas, aos ventos, aos temporais. As árvores amigas do Inverno são as que não enfrentam o vento áspero nem se preocupam com as flores fora da estação. São as que se curvam e aceitam as intempéries, as que se adaptam e quase desaparecem. As que não dão nas vistas. Portugal podia ser uma árvore amiga do Inverno, não tenho a certeza de que a chanceler alemã ligue muito a provérbios chineses. na televisão, a tomada de posse de Obama. Fiquei a ver. Não sou uma espectadora do género, não ligo ás cerimónias de abertura nem aos concertos de ano novo. É uma escapadela aos barrancos da crise. O dia amanheceu frio e com sol em Washington. melhor do que a escuridão e bátega. O Presidente e a mulher caminharam batidos pela luz amarela, enquanto os pivôs se ocupavam das fatiotas com a delicia de quem, por uns instantes, se libertou do barranco fiscal. A senhora veste Thom Browne, diziam eles, ele veste um fato novo que ela deve ter escolhido. O fato dela era de tecido de gravata, seda gravada, exemplar unico. Analistas políticos sérios, contavam pormenores na CNN. Um deles gritou quando Obama lhe passou em frente na procissão: Obama estou aqui! Thom Browne foi mais falado do que Martin Luther King, o deste feriado. É assim que vivemos entre "Vogue" e Apple, não admira que as dívidas se acumulem. Nós (nós, homens e mulheres) adoramos gastar dinheiro numas roupinhas e gadgets, e muitas de nós queriam ter uma malinha Chanel que desse com tudo. A verdade é esta (dá com tudo). A pivô dizia que Thom Browne não é um estilista barato, nem se encontra á venda nos centros comerciais. Pois. Deveria Michelle ir vestida pela Zara? Nope.
Um casal elegante na Casa Branca é uma variação a aplaudir, pondo fim á laca e ao terylene, aos sapatos de golfe com calças aos quadrados, ás camisas de meia manga e blusas com laçarotes. Diverti-me a ver aquela liturgia, a felicidade das pessoas, os gritos de entusiasmos da multidão, os sorrisos vips, os óculos escuros das celebridades, as nomenclaturas democrata e republicana. Os americanos sabem fazer uma festa, e mesmo que muitos problemas neste segundo mandato estejam por resolver, muitos foram resolvidos e Obama será considerado , por mais remoto que o digam, um dos bons presidentes da América. Ao lembrar-me do 10 de junho, ou da liturgia da posse (ou lá o que lhe chamam) do patrão-mor do Partido Comunista chinês, com aquelas filas de homens iguais e formatados, debruados a cortina vermelha, a festa de Obama foi como a festa de Chico Buarque. Eu queria estar na festa pá. Lá faz primavera pá, cá estou doente. Por mais dúvidas que a América tenha, existe ali uma vitalidade e uma união que a Europa nunca terá. Uma bandeira, um hino, um presidente. Uma moeda. É assim que as coisas têm de ser feitas, em vez de dividir uma nação em americanos de primeira e de segunda. Foi isso que Obama disse. Duas palavras sobressaem nos discursos: serviço e futuro. Serviço publico, serviço á pátria e ao país como uma honra, e futuro das gerações seguintes. Tudo o que nos falta. Temos jovens a sair de Portugal e bandidos a mais em Portugal. Os bandidos passam por gente responsável e respeitável. São importantes. Servem-se a si mesmos. Manda novamente algum cheirinho a alecrim."
Clara Ferreira Alves in Expresso


domingo, 20 de janeiro de 2013

O Mundo virado do avesso

Este é o meu espaço e por isso posso, posso dizer o que quero, porque vivemos em democracia e porque apesar do Mundo estar virado do avesso, temos direito á nossa liberdade, a dizer o que queremos, a mostrar o que sentimos a dar a nossa opinião.
Eu sei que há poucas pessoas que me lêem, poucas pessoas que se dão ao trabalho de me dar um ou dois minutos do seu tempo, mas sei tambem que quem me lê é quem eu quero que me leia, ou seja, o meu maior amor, o meu marido, o meu Gonçalo e mais meia duzia de amigos e isso basta-me e é para voces que escrevo.
No geral todos têm medo e se acanham, ninguem diz o que pensa, ninguem é totalmente verdadeiro e como já disse noutros posts, a verdade, a essencia das pessoas é que me cativa.
Sou critica, muito critica, sou daquelas que olha, analisa e tem automaticamente tem um comentário a fazer, sou dessas que irritam tantos e que deslumbram outros tantos. 
Demorei algum tempo a  aceitar-me, a perceber as diferenças nuns e noutros, a perceber que não sou dona da razão, que a minha razão é só a minha razão, que a minha opinião pouco ou nada ou muito importa aos outros. Em dada altura afincava os meus dizeres de forma brusca sem retorno, fazia de mim alguem que não era nem queria ser, mas a Vida faz-nos evoluir, crescer e perceber que fomos mandados a este mundo com uma missão, um propósito e o meu propósito é muito simples.
Não quero ser mais do que ninguem, não quero lutar com  ninguem.
Por favor pessoas deste Mundo, parem, parem um pouco para pensar no vosso propósito de Vida. Estamos aqui agora, nascemos de uma forma, que nem sabemos como (eu posso dizer isto, porque nestes ultimos anos tive consciencia da grande benção que é estarmos aqui).  O nosso tempo é longo, mas não tão longo ao ponto de acharmos que podemos mandar nos outros e mudar os outros. Dizemos coisas que magoam (temos de deixar de dize-las), não temos esse direito.
Podemos ser diferentes na roupa, no cabelo, mas na pessoa, no Ser Humano, somos iguais, queremos aceitação, queremos amor, queremos viver momentos felizes, queremos que nos ouçam, queremos que nos compreendam, queremos tirar proveito deste tempo que nos foi concedido, por isso, é tão fácil. Não queiram ser maus para os outros, não sejam maus e injustos para os outros, não magooem, sejam generosos, dêem aquilo que querem receber.
Tenho imensos defeitos, mas começo a ter consciencia deles e por isso escrevo isto, porque quero melhora-los e dizer áqueles que me lêem, que só lhes quero bem, que vos amo e que vos respeito e aceito como são.
Se calhar, este não é o Mundo real, mas é o meu Mundo, aquele que eu aprendi, aquele que eu acredito ser o caminho para a Nossa felicidade e bem estar enquanto cá estamos, é o Mundo que os meus pais me mostraram, é o  Mundo que eu acho ser Perfeito. E é tão simples...

sábado, 5 de janeiro de 2013

Sem risco, não há retorno!


Sem arriscar, não conseguiríamos chegar onde queremos! Se não arriscassemos não vivíamos. Seríamos todos demasiadamente iguais.